24 de março de 2009

"Eu sou lúcida na minha loucura, permanente na minha inconstância, inquieta na minha comodidade. Pinto a realidade com alguns sonhos, e transformo alguns sonhos em cenas reais. Choro lágrimas de rir e às vezes quando choro pra valer não derramo uma lágrima.
Amo mais do que posso e, por medo, sempre menos do que sou capaz. Busco pelo prazer da paisagem e raramente pela alegre frustração da chegada. Quando me entrego, me atiro e quando recuo não volto mais. Mas não aconselho que me levem a sério, sei que nada é definitivo. Nem eu sou o que penso que eu sou. Nem nós o que a gente pensa que tem.
Prefiro as noites porque me nutrem na insônia, embora os dias me iluminem quando nasce o sol. Trabalho feito louca e não entendo de economizar. Nem de energia (o que sei que estou errada). Esbanjo até quando não devo e, vezes sem conta, devo mais do que ganho. Acredito em duendes, bruxas, fadas e feitiços. Não vou à missa. Mas faço simpatias, rezo pra algum anjo de plantão e mascaro minha fé no Deus do otimismo. Quando é impossível, debocho; quando é permitido, duvido.
Acredito em Deus, mas não neste que as pessoas veneram tanto. Acredito em um homem puro e forte que sempre intercede por nós. Parei de ler a bíblia, não entra na minha cabeça certas coisas que considero tão absurdas.
Já me achei muito louca ou santa demais, ainda não chegou o dia em que me senti alguém normal. Não bebo porque só me aceito sóbria, nem fumo pra enganar a ansiedade e não aposto em jogo de cartas marcadas. Penso mais do que falo. E falo muito, geralmente o dia todo, às vezes até dormindo. Nem sempre o que você quer saber. Eu sei.
Gosto de cara lavada — exceto por um traço preto no olhar — pés descalços, nutro uma estranha paixão por roupas e sinto falta de uma tatuagem no lado esquerdo das costas. Mas há uma mulher em algum lugar em mim que usa caros perfumes, sedas importadas e brilho no olhar, quando se traveste em sedução.
Se você perceber qualquer tipo de constrangimento, não repare, eu não tenho pudores, mas não raro, sofro de timidez. Arrumo amizades facilmente, mas às vezes me sinto absurdamente anti-social. Não me considero uma pessoa teimosa, acho que no fundo teimoso é quem teima comigo. E note bem: não sou agressiva, mas defensiva. Impaciente onde você vê ousadia. Falta de coragem onde você pensa que é sensatez. Mas mesmo assim, sempre pinta um momento qualquer em que eu esqueço todos os conselhos e sigo por caminhos escuros. Estranhos desertos. E, ignorando todas as regras, todas as armadilhas dessa vida urbana, dessa violência cotidiana, se você me assalta, eu reajo. Sei bem o que não devo fazer, mas sempre faço. Não sou a pessoa que gostariam que eu fosse e também não estou nem perto de ser quem eu gostaria de ser. Mas sou eu, do meu jeito completamente autentica e transparente. Não aceito regras, pois eu faço as minhas e nem sempre as sigo fielmente."
(Não achei o autor, ou melhor, achei várias pessoas assinando como "Autores deste texto")
:-:
nota: Textinho perfeito, ele simplesmente resume um pouco do que eu sou, excedendo alguns adjetivos e acrescentando outros, enfim.

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