É que meu coração é movido a altas doses de adrenalina. Se ele não acelerar sempre não consigo viver. Não gosto de nada morno, eu gosto do que me tira o fôlego e me faz flutuar... Por isso sou uma colecionadora de amigos, amores e muitas aventuras.
E são essas emoções que, por vezes, me deixam em êxtase supremo, que me dão a sensação de que os pés tocam o chão somente quando necessário e quando não estou com um amigo a mil gargalhadas - sem medir os decibéis - com um amante em delírios, em planaltos sobre meus saltos ou por aí, por qualquer lugar me aventurando só ou acompanhada de alguém que não eu mesma.
Mas ainda que pudesse ser possuída por tais mãos, boas ou ruins, de mãos dadas ou entrelaçadas em meu entorno e eu em torno delas, não buscando firmeza, mas sim o calor ardente que me faz sentir viva e novamente pronta pra me aventurar por qualquer destino e para abraçar meus amigos. Apenas para guardar vocês em meus copos de cristal.
É essa adrenalina que faz bombear a minha vida e quem não puder me acompanhar que nem venha. Não se atreva! Só pode estar aqui quem ousa e quem gosta de uma boa dose de "tudo um pouco". Porque eu me arrisco e essa é a essência do meu ser, e se quiser que me aceite deste jeito. Sem tirar nem pôr!
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Textinho desenvolvido por mim e pelo Rubens, pessoa que descobri ter o mesmo gosto exótico pela escrita tanto quanto eu (rs). Abaixo um texto de Gabriel García Màrquez, que segundo minha irmã, é uma idéia parecida com a do texto acima:
"Não sinto nada mais ou menos, ou eu gosto ou não gosto. Não sei sentir em doses homeopáticas. Preciso e gosto de intensidade, mesmo que ela seja ilusória e se não for assim, prefiro que não seja.
Não me apetece ver histórias medíocres, paixões não correspondidas e pessoas água com açúcar. Não sei brincar e ser café com leite. Só quero na minha vida gente que transpire adrenalina de alguma forma, que tenha coragem suficiente pra me dizer o que sente antes, durante e depois ou que invente boas estórias caso não possa vivê-las. Porque eu acho sempre muitas coisas - porque tenho uma mente fértil e delirante - e porque posso achar errado - e ter que me desculpar - e detesto pedir desculpas embora o faça sem dificuldade se me provarem que eu estraguei tudo achando o que não devia.
Quero grandes histórias e estórias; quero amor e ódio; quero o mais, o demais ou o nada. Não me importa o que é de verdade ou o que é de mentira, mas tem que me convencer, extrair o máximo do meu prazer e me fazer crêr que é para sempre quando digo convicto que "nada é para sempre"."
nota: No meu texto eu denoto a palavra adrenalina no seu sentido mais puro, e acho que no texto do García fica mais explícito o que é a adrenalina no nosso contexto: algo que realmente nos faz liberar e sentir prazer. O que não necessáriamente precisa ser um ato, mas sim, a vontade e coragem de sempre ir mais além, sem medir os riscos. Porque independente do que resulte, o momento é que faz transpirar a adrenalina, passando por cima dos medos e vivendo sem meio termos, sendo precisos e principalmente sem pensar no que há de vir amanhã.